Tempo já é o mais seco desde 2000 em São Paulo

A massa de ar seco garantiu uma tarde quente e ensolarada na cidade de São Paulo. Com a pouca incidência de chuva, contudo, a umidade do ar ficou abaixo dos 30% em todas regiões, o que fez a Defesa Civil decretar “estado de atenção” às 12h51 na última terça-feira, 17.

A situação deve repetir-se nos próximos dias. Já são 32 dias sem registro oficial de chuva na capital, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia, no Mirante de Santana, na zona norte. Ao considerar precipitações relevantes, são 77 dias. E só há previsão de mudança no clima para o dia 31. A soma das precipitações de maio e de junho foi de apenas 23,5 mm e ainda não houve registro de chuva no Mirante de Santana em julho. Há quase 20 anos não se tinha uma situação de tão pouca chuva assim neste período, como destaca a empresa Climatempo. A última vez que isto ocorreu foi em 2000. Dentre as estações monitoradas pelo Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), o menor registro de umidade nesta terça foi de 20,9% no Campo Limpo.

Com o tempo seco, aumenta a possibilidade de a população desenvolver doenças respiratórias e alergias, segundo a médica Atalanta Ruiz Silva, infectologista da Rede São Camilo. De acordo com ela, a umidade do ar ideal é em torno dos 60%, enquanto, abaixo de 20%, já é considerado “muito alarmante”.

Dentre as pessoas que procuravam atendimento nesta terça no Hospital São Camilo, em Santana, na zona norte, estava o comerciante Carlos Alfredo Crociati, de 49 anos. Após ter o diagnóstico de pneumonia há 20 dias, ele permanecia com tosse. “Para falar, falta ar”, diz ele, que precisou fazer inalação com medicamentos para as vias aéreas.]

 

Fonte: Priscila Mengue para  “O Estado de S. Paulo”. 18.07.2018