Saiba por que um cardápio detox faz bem e aprenda sucos top

A rotina corrida nos impede de almoçar direito. Logo, o primeiro fast-food à vista é a solução. O café da manhã com frutas é substituído por um biscoito ingerido enquanto se dirige ao trabalho. Sair do serviço à noite, buscar as crianças na escola e ainda fazer o jantar torna-se tarefa hercúlea. O jeito é mesmo pedir comida em casa.

 

Às vezes, não percebemos, mas o dia a dia corrido faz com que as pessoas baixem a guarda e liberem a entrada de toxinas no organismo. Claro que elas não aparecem com uma caveira verde como um grande sinal de alerta. Essas substâncias nocivas são discretas e vão se acumulando no corpo por meio dos cafezinhos tomados em copos plásticos, de alimentos industrializados que facilitam a vida, pelos excessos cometidos nos períodos de fim de ano e do carnaval. Contudo, chega o momento em que é preciso reiniciar o sistema e fazer uma limpeza por dentro.

 

Para isso, o glúten, a lactose, o café, os embutidos, os industrializados e as bebidas alcoólicas, em geral, devem ser evitados por serem fontes de toxinas no cardápio cotidiano. De acordo com a nutricionista Maria Matos, existe um conceito que determina a retirada desses alimentos da dieta, considerados inflamatórios, e favorecendo o funcionamento do intestino.

 

É a chamada detoxificação, ou simplesmente, detox. A ideia é ingerir os alimentos que têm a tarefa de eliminar as toxinas. Entre eles, cita a profissional, estão os orgânicos verde-escuros, ricos em vitaminas; além das frutas orgânicas; sementes de linhaça; de chia e de girassol; e grãos de quinoa. A água pura também contribui para esse processo, por permitir a eliminação de toxinas pela urina.

 

O tempo de duração da dieta depende da condição física de cada pessoa. Por exemplo, quem está muito estressado tende a ter maior acúmulo de toxinas. “Se você trabalha 12 horas por dia, se o estresse está maior, você vai se alimentar mais ansiosamente, não vai mastigar direito e a qualidade da nutrição fica péssima”, explica Maria.

 

Outro ponto ressaltado pela nutricionista é que dieta detox não é sinônimo de suco verde. Ele é apenas uma forma mais prática de realizar o procedimento e nem todo suco desse tipo é detox. Para receber essa classificação, é necessário ter entre os ingredientes: um termogênico natural, como o gengibre; uma fonte de vitamina C; e uma de enxofre, como couve, agrião ou rúcula. O enxofre favorece a limpeza do fígado. Geralmente, nesses sucos, é usada a água de coco, que contém cálcio, magnésio, zinco e potássio, além de minerais, que ajudam a prevenir câimbras, promovem a hidratação do corpo e ainda deixam o sabor da bebida mais palatável.

 

A servidora pública Nassara Chaves, 30 anos, começou a fazer acompanhamento nutricional em 2015. No seu caso, o detox faz parte da reeducação alimentar. Ela adota a versão líquida da dieta apenas em ocasiões nas quais comete excessos gastronômicos. Desde o início, a proposta foi cortar o glúten e a lactose. Ela, inclusive, acreditou que excluir tais itens da dieta seria um processo mais difícil. Na primeira vez, sofreu, mas depois se acostumou: “É mais prática”, define.

 

Quando está na dieta normal, sua alimentação é de 3h em 3h. No detox, o intervalo cai para 2h em 2h. Nassara conta que na primeira semana já é possível perceber uma redução no abdome. Mas essa não é a única vantagem. Para ela, o novo cardápio melhora a disposição. Não há mais aquela sensação de cheia, mas sim de satisfação após as refeições. Ela também afirma ter mais ânimo para fazer exercícios físicos. Com os novos hábitos, descobriu um novo mundo de possibilidades na culinária, entre elas a vegana. “Tem uma coxinha de jaca que é uma coisa fantástica. Parece frango desfiado.”

 

Para a chef e nutricionista Tâmara Rolim, a dieta não precisa ser toda detox, mas é necessário conter alimentos que favoreçam a detoxificação. Isso pode ser obtido em alimentos naturais; vegetais realmente orgânicos; cítricos — por serem antioxidantes —; e nas fontes de ferro, que favorecem a metabolização do fígado. Ela ainda ressalta que o ideal é não focar no detox. “Ele vem em períodos especiais. O melhor é ter uma boa alimentação sempre.”

 

Entre os benefícios da eliminação de toxinas, a profissional cita a diminuição do índice de doenças, como gripes e resfriados e a melhora no desempenho do intestino, por causa ingestão de água e fibras. “O intestino funcionando bem é o primeiro indicativo que o detox está dando certo.”

 

 

Experimente fazer

 

Suco matinal

(Receita do chef Jônata Avelar)

 

Ingredientes

  • 250ml de água de coco
  • 80g de mamão
  • 75g de maçã
  • 2 fatias finas de gengibre
  • 3 pedras de gelo

 

Modo de preparo

  • Bata todos os ingredientes no liquidificador
  • Rendimento: um copo de 300 ml

 

Suco verde

(Receita do chef Jônata Avelar)

 

Ingredientes

  • 25g de couve
  • 70g de uva-verde
  • 200ml de suco de laranja
  • 3 pedras de gelo

 

Modo de preparo

  • Bata todos os ingredientes no liquidificador
  • Rendimento: um copo de 500 ml

 

Shot cítrico

(Receita da chef Tâmara Rolim)

 

Ingredientes

  • 1 limão-taiti sem casca e com o miolo retirado
  • 1/4 de xícara de chá de abacaxi picado
  • 2 rodelas de gengibre (do tamanho de uma moeda)
  • 1 pitada de pimenta-caiena
  • Água

 

Modo de preparo

  • Bata todos os ingredientes no liquidificador e beba antes do almoço.
  • Rendimento: 2 porções

 

Suco detox

(Receita da nutricionista Maria Matos)

 

Ingredientes

  • 1 limão espremido
  • 1 xícara de couve orgânica picada (substituto: agrião ou rúcula)
  • 1 moeda de gengibre (rodela)
  • 100ml de água de coco

 

Modo de preparo

  • Bata todos os ingredientes no liquidificador e não coe, para não perder a fibra.
  • Rendimento: 1 copo

 

Famosas no detox

Algumas celebridades já confessaram serem adeptas do procedimento, pela televisão ou em suas redes sociais. Oprah Winfrey, Demi Moore e Beyoncé são algumas delas e fazem uso da dieta, seja pela saúde, seja para deixar o corpo em forma.

 

Não podem faltar no prato

A nutricionista Tâmara Rolim indica os alimentos que considera básicos num processo detox:

  • Pepino e abacaxi: os eletrólitos desses alimentos auxiliam a circulação sanguínea.
  • Limão: é um alcalinizante do sangue e possui vitamina C, que favorece a absorção de ferro, além de ser ácido. Sangue ácido não é propício a proliferação de doenças.
  • Gengibre: Favorece anti-inflamação do tecido adiposo. Com o corpo desinflamado, os órgãos funcionam melhor.

 

Fonte: Revista do Correio