Psicóloga fala sobre os benefícios e prejuízos do Pokémon Go

É uma febre mundial. O Pokémon Go chegou ao Brasil no início de agosto e, mesmo quem não caiu nas graças do jogo para celular da Niantic, não passa ileso pela interação homem-máquina. É só comparar a ocupação da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, aos finais de semana, antes e depois da chegada dos ‘monstrinhos’ por aqui.

O sucesso vem em grande parte pela mistura entre jogo e realidade e esse é um aspecto positivo já observado por algumas famílias com crianças e adolescentes em casa: eles e elas querem sair e circular pela cidade. Diversão para milhões de pessoas ao redor do globo, como tudo na vida, o excesso pode gerar alguns problemas.

Para a psicóloga Anna Lívia, o jogo pode combater o ócio e aumentar a interação social, mas, por outro, prejudicar a visão, se tornar um vício e até provocar acidentes decorrentes da falta de atenção para além da tela do smartphone. “Jogos como Pokémon Go são excelentes para distrair a mente, ocupar o tempo livre e melhorar a memória e concentração. No entanto, é importante limitar o tempo de meninos e meninas com o jogo de celular”, afirma.

Segundo ela, o game, assim como outros, é um bom estímulo para o cérebro. “Eles aceleram as conexões nervosas e favorecem o aprendizado. Além disso, estimulam o planejamento estratégico, pensamentos lógicos e tomada de decisões no mundo virtual que podem ter reflexo também na vida real”, considera.

A interação social se daria por afinidade, acredita a psicóloga. “Há um aumento no número de grupos que se juntam em locais públicos para caçar pokémons. Nesses grupos, as pessoas podem conversar entre si para trocar dicas de jogo e facilitar novos laços de amizade”, diz.

Por outro lado, ainda de acordo com Anna Lívia, como o jogador precisa ficar olhando para a tela do celular enquanto anda, há maior risco de a criança ou o adolescente desenvolver má postura e o surgimento de dores na região do pescoço e nas costas.

Sobre os acidentes e assaltos envolvendo jogadores de Pokémon Go, é importante dizer que antes dessa mania, já era cena comum das cidades pessoas transitando – a pé ou ao volante – enquanto trocavam mensagens. “O jogo requer um maior nível de concentração na tela do celular e, dessa forma, fica mais difícil estar atento ao que se passa ao redor, aumentando o risco de quedas ou atropelamentos. Além disso, como é necessário caminhar, muitas pessoas estão optando por jogar enquanto dirigem, o que pode levar a acidentes de trânsito sérios.”, reforça.

Em relação à saúde ocular, a proximidade da tela e dos olhos força a visão em uma só direção, o que acaba sendo prejudicial. Mas isso se aplica ao tempo de tela no celular independentemente de você ser ou não um caçador de pokémons.

O principal problema seria mesmo o vício. “Por proporcionar prazer e a possibilidade de fuga da realidade, existe de se viciar no jogo e ficar adiando atividades e decisões relacionadas à vida real. Como o cérebro gosta do tipo de reforço positivo, a cada etapa do jogo, a pessoa passa a preferir continuar jogando e sendo bem sucedido virtualmente do que estudar ou trabalhar, especialmente se ela não estiver contente com essas atividades”, salienta.

De modo geral, outros aspectos negativos dos jogos eletrônicos são a diminuição do tempo máximo de atenção, favorecimento do comportamento antissocial e além disso, o risco de confusão entre realidade e mundo virtual, o que acaba favorecendo a depressão em crianças, adolescentes e jovens.

 

Fonte: Site Saúde Plena