Poluição do ar mata mais que Aids e malária

Essa projeção deve soar o alarme para agências de saúde ao redor do mundo — disse Michael Jerrett, professor da Universidade da Califórnia que não participou do estudo, ao “Guardian”.
A maior parte das mortes é causada por pequenas partículas que, ao serem inaladas, se instalam no pulmão e provocam ataques cardíacos e derrames, que respondem por três quartos das 3,3 milhões de mortes anuais. Câncer de pulmão e doenças respiratórias são responsáveis pelas outras mortes.

Esse é o primeiro estudo científico que avalia as mortes provocadas pela poluição do ar. De acordo com os pesquisadores, existe uma dificuldade em se quantificar as mortes prematuras ligadas à poluição, principalmente em regiões onde a qualidade do ar não é monitorada. Além disso, a toxidade das partículas de diferentes fontes é variável.

“Nós usamos um modelo químico global da atmosfera para investigar a ligação entre mortalidade prematura e sete fontes de emissões categorizadas em ambientes urbanos e rurais”, explicam os pesquisadores liderados por Jos Lelieveld, do Max Planck Institute for Chemistry, na Alemanha.

Um terço de todas as mortes prematuras foram resultantes do uso de combustíveis esfumaçados, como madeira e carvão para aquecimento e cozimento, e do uso de diesel em geradores. Esse uso doméstico de energia provoca metade das 645 mil mortes anuais na Índia e um terço das 1,4 milhões de mortes na China.

A poluição causada pelo tráfego de veículos responde por 5% das mortes. O percentual é pequeno, mas tende a crescer na medida em que o número de automóveis crescer em países em desenvolvimento. Nos países desenvolvidos, esse tipo de poluição responde por um quinto das mortes.

As zonas rurais também contribuem significativamente para o número de mortes, principalmente pela emissão de amônia, que responde por um quinto das mortes. A amônia reage com fumaças do tráfego e da indústria e produz pequenas partículas que são a maior causa de morte provada pela poluição nos EUA, Japão e Europa.

O estudo também avaliou o impacto da poluição natural, que provoca quase um quinto das mortes, principalmente em regiões áridas. No Egito, por exemplo, esse tipo de poluição responde por 92% das mortes, e no Irã, 81%.

Fonte: Portal O Globo