Mais de 100 mil casos de dengue foram notificados no estado de SP este ano, diz secretaria

Os casos de dengue dispararam no estado de São Paulo neste verão. Desde janeiro foram notificados 106.224 casos da doença — quase trinta vezes mais que no mesmo período do ano passado, quando houve 3.895 casos. Dos 106 mil casos, 45 mil já foram confirmados. Os números são da Secretaria Estadual de Saúde.

Também aumentou a quantidade de vítimas fatais da doença. Neste ano, já são 29 mortes por — quase três vezes mais que no ano passado inteiro, quando dez pessoas morreram de dengue.

A maioria dos casos notificados vem do interior. Bauru lidera a lista de casos, com 6 mil casos e dez mortes. Em Guarulhos, foram 89 casos confirmados de janeiro até agora, um aumento de 404% em relação ao mesmo período do ano passado.

Na capital, 642 são casos confirmados, contra 563 registrados no ano passado inteiro. A Prefeitura diz que tem feito trabalhos de prevenção. Mais de 500 mil imóveis foram visitados até a semana passada por agentes de saúde — que ensinam as pessoas a não deixarem a água parada nem o lixo acumulado.

O verão é a época mais propícia para o aumento dos casos: mais chuvas e mais água empoçada formam o ambiente ideal para as larvas do mosquito vetor — o Aedes Aegypti — se reproduzirem. Mas não foi só isso: um novo tipo de vírus entrou em circulação em São Paulo, o da dengue tipo 2.

Segundo o infectologista Marcos Boulos, da Coordenadoria de Controle de Doenças, o aumento do número de casos ocorreu porque

“como a dengue já estava circulando há vários anos nessa localidade, no noroeste de São Paulo, a maior parte das pessoas já tiveram dengue. Quando vem um outro sorotipo, que é o que aconteceu agora — tinha o dengue tipo 1 e vem o dengue tipo 2 — as pessoas não tiveram, então o contingente de pessoas não imunes contra a dengue tipo 2 é muito maior do que contra dengue tipo 1, e a doença se expandiu”, explicou.

Para evitar a transmissão da dengue, é importante não deixar água parada. Para evitar as picadas, é possível colocar redes nas janelas, vestir roupas com mangas compridas nas áreas de risco e usar repelente. Entre os sintomas estão dor de cabeça e atrás dos olhos, nos ossos e articulações, falta de apetite, febre, “moleza” no corpo e, nos casos de dengue hemorrágica, pode haver dificuldade de respiração, pulso fraco e dores abdominais.

Fonte: Veruska Donato, G1. Publicado em 20.03.2019