Incidência de doença cardiovascular em mulheres supera as de tumores ginecológicos

As doenças do coração são a principal causa de morte no Brasil e no mundo. Entre as mulheres, as cardiopatias representam cerca de 30% das causas de óbito, superando as estatísticas de cânceres ginecológicos, como mama e ovário, por exemplo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, anualmente, essas doenças levam à óbito cerca de 8,5 milhões de mulheres em todo o mundo.

Dupla jornada de trabalho, tabagismo, sedentarismo, uso de pílulas anticoncepcionais (que aumentam as chances de trombose), má alimentação, e obesidade estão entre os fatores que levaram ao aumento no número de morte de mulheres, principalmente entre aquelas com mais de 40 anos, por infarto e outras doenças cardiovasculares. Isso acontece porque as que sofrem um ataque cardíaco são aquelas que acumulam mais fatores de risco: diabetes, hipertensão e altas taxas de colesterol.

Segundo o cardiologista, Dr. César Jardim, responsável pelo Clinic Check-up do HCor – Hospital do Coração, em São Paulo, a complicação do infarto, entre as mulheres, pode ser ainda maior, devido ao diagnóstico tardio e por, raramente, sentirem os sintomas clássicos, como os homens. “As doenças cardiovasculares podem ser assintomáticas e podem ser fatais já na primeira manifestação, como o infarto e o acidente vascular cerebral, o AVC”, alerta. “No primeiro ano após sofrer um infarto, as mulheres têm 50% mais chances de morrer do que os homens”, informa o cardiologista.

Cansaço extremo, dor na parte superior do abdome, costas e pescoço, acompanhados de náusea, enjoo, tontura, sudorese excessiva são alguns alertas do corpo de que algo não está caminhando bem. Conhecê-los e saber identificar as várias manifestações das principais doenças cardiovasculares é fundamental para evitar possíveis complicações. “Tudo tem de ser analisado e valorizado. Com um simples eletrocardiograma e uma dosagem de sangue é possível fazer o diagnóstico de infarto”, explica Dr. Jardim.

Cuide-se! Pequenas mudanças na rotina são capazes de evitar oito em cada dez casos de doenças cardíacas, segundo o cardiologista do HCor. O primeiro passo é se submeter a exames preventivos, ou seja, um check-up geral. Para aqueles que nunca fizeram um acompanhamento médico, trata-se de uma ampla avaliação de acordo com sexo, idade, hábitos de vida e histórico familiar. “Os mais indicados são eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico e exames laboratoriais. Os resultados destes exames permitem analisar e tratar alguma patologia antes das complicações”, explica Dr. Jardim. Atente-se a algumas dicas importantes:

Alimentação: dê preferência aos alimentos ricos em fibras e com baixo teor de gordura, que auxiliam na redução do colesterol ruim, o LDL. Soja, feijão, grão de bico, tomate, peixes, azeite, alho, banana e castanhas são ótimas opções.

Exercícios: atividade física de intensidade moderada faz um bem danado ao coração. Trinta minutos diários já são capazes de derrubar pela metade o risco de morte.

Estresse: alimentar aquele momento de fúria pode aumentar o risco de infarto. Antes de extravasar, tente se afastar da situação ou respirar fundo por 10 segundos. Isso pode ajudar a reduzir os níveis de adrenalina.

– Fonte: Portal Fator Brasil