Farinhas diferentes são o trunfo das dietas prescritas por nutricionistas

Se você pensa que farinha só serve para fazer bolo e pão, é hora de rever os conceitos. Além da farinha de trigo, há a de maracujá, a de batata-doce, a de berinjela, a de chia etc. Cada uma tem sua serventia e contribuição para a dieta – basta pesquisar e escolher a ideal para você.

“Tudo pode virar farinha e ela pode se transformar em muita coisa. Fabricar farinha é um antigo processo usado por muitas civilizações ocidentais e orientais como forma de conservar o alimento por mais tempo. Essas novas farinhas servem como aporte de nutrientes para alimentos funcionais, que oferecem benefícios nutricionais específicos para quem os consome”, afirma Marcos Lelis, professor de gastronomia do Centro Universitário Iesb.

Por serem trituradas, as farinhas são facilmente digeridas e os nutrientes, rapidamente absorvidos. Elas também são ricas em fibras (exceto as refinadas), o que contribui para reduzir o índice glicêmico, regular o colesterol, prolongar a saciedade e melhorar o funcionamento do intestino.

Cada tipo traz diferentes benefícios para a saúde e muitos são livres de glúten. Mas, atenção, as farinhas costumam ser calóricas, por isso devem ser consumidas com moderação. “Para tirar o máximo de proveito delas, deve-se seguir a orientação nutricional de um profissional. É importante lembrar que não são milagrosas”, alerta Marcos Lelis.

Para Daniel Novais, nutricionista especializado em bioquímica, as farinhas servem como complemento em uma dieta. “Existem três alimentos essenciais que devem ser consumidos ao longo do dia: ovo, coco e quinoa. A farinha de quinoa é um desses itens que não podem faltar na alimentação de ninguém”, garante.

Uma pitada de invenção

Experimentar farinhas “diferentonas” também é uma forma de encontrar novos sabores e usar a criatividade na cozinha. Elas podem sofisticar uma receita tradicional, servir de acompanhamento ou incrementar sobremesas, iogurtes, saladas, vitaminas, sucos, mingaus, empanados, granolas, panquecas, entre outras opções.

“Essas farinhas especiais têm propriedades químicas que diferem da tradicional farinha de trigo. Nas receitas à base de farinha de trigo, experimente substituí-la parcialmente por outro tipo. Não mude tudo: a substituição total descaracterizaria o prato”, enfatiza o nutrólogo Marcos Lelis.

O céu é o limite: todas podem ser misturadas e consumidas a qualquer hora do dia. “Você pode misturá-las para que elas possam agir de forma combinada. Uma colherada de cada uma delas por dia é o mínimo para uma ação satisfatória no organismo. Antes, porém, de escolher sua farinha predileta, certifique-se de que ela tem as qualidades requeridas em sua dieta”, explica o nutricionista Daniel Novais.

Para todos os gostos

» Farinha de banana verde: Quando está verde, a banana tem uma grande quantidade de amido resistente, que funciona como fibra alimentar. Nesse estágio, ela também apresenta baixo teor de açúcares e é rica em flavonoides, que têm propriedades antioxidantes e atuam na proteção da mucosa gástrica. Como o seu sabor não é agradável, consumi-la na forma de farinha é uma ótima alternativa.

» Farinha de batata-doce: A batata-doce é uma queridinha das dietas por ser um carboidrato de absorção lenta, portanto, não aumenta de forma brusca os níveis de glicose. Ela também é fonte de vitaminas A e C.

» Farinha de berinjela: É conhecida por auxiliar no controle dos níveis de colesterol. Contém flavonoides com efeito antioxidante, vitamina C, niacina (também conhecida como vitamina B3, importante para o metabolismo celular e para a desintoxicação) e elevado teor de fibras.

» Farinha de castanha-do-pará: É fonte de boas gorduras, proteínas e antioxidantes. Ela se destaca pelo alto teor de selênio, um mineral com diversas propriedades, entre elas a de fortalecer o sistema imunológico e ajudar na regulação da glândula tireoide.

» Farinha de centeio: Nessa lista, é a única que contém glúten, mas ainda em quantidade menor do que as farinhas de trigo e de aveia. Também fornece carboidratos complexos, que são digeridos lentamente, e outros elementos benéficos, entre eles o potássio, magnésio e ferro.

» Farinha de chia: Ela é rica em diversos nutrientes, como cálcio, proteína e ácidos graxos. Um dos principais é o ômega 3, que tem ação anti-inflamatória, ajuda a controlar a pressão arterial e é benéfico para o sistema circulatório, pois dificulta a formação de coágulos sanguíneos. Também contém fibras solúveis que formam um gel no estômago e prolongam a saciedade.

» Farinha de linhaça: Destaca-se pela presença de lignana, substância que auxilia na prevenção do câncer, especialmente o de mama. Assim como a chia, ela é rica em ômega 3.

» Farinha de maracujá: Obtida a partir da casca da fruta, tem alto teor de pectina, uma fibra solúvel que forma uma espécie de gel no estômago – ele absorve açúcares e gorduras e não é digerido, sendo eliminado pelo organismo, auxiliando no emagrecimento. A casca também fornece vitamina B3, ferro, cálcio e fósforo.

» Farinha de quinoa: Tem elevado valor nutricional, fornecendo proteínas, vitaminas B1, B2, B3 e B6, e minerais como magnésio, zinco, cobre, ferro, manganês e potássio.

 

Fonte: Site Saúde Plena