A pesquisa, publicada na revista Neurology, é o primeiro passo para um estudo ainda maior que pode determinar se tais bactérias seriam as causadoras da doença ou se são consequências do Alzheimer.
“Detectamos os componentes bacterianos LPS e E. coli K99 em todos os 18 cérebros doentes analisados”, afirmou Xinhua Zhan, autor do estudo e professor do departamento de Neurologia da Davis University of California, nos Estados Unidos.
Se for confirmada, a ligação entre as infecções bacterianas e o Alzheimer pode oferecer novas oportunidades de prevenção e tratamento.
“Se o LPS causar a doença, podemos imunizar as pessoas contra ele ou tratar infecções relacionadas ao LPS com mais vigor do que fazemos hoje”– Frank Sharp, professor de neurologia que também participou do estudo.
A pesquisa, que levou quatro anos, comparou amostras de cérebros doentes com cérebros de pessoas que não mostraram nenhuma evidência de declínio cognitivo. Os componentes bacterianos – LPS e K99 – apareceram nos dois grupos, mas a prevalência foi muito maior nos pacientes com Alzheimer.
“A K99 foi significativamente aumentada em cérebro com Alzheimer. Além disso, LPS apareceu em placas e em vasos sanguíneos dos cérebros doentes”, disse Zhan.
“Encontrar moléculas bacterianas no cérebro já foi uma surpresa e encontrar um número maior nos cérebros com Alzheimer foi uma surpresa enorme”, contou Sharp. “As pessoas têm notado agentes infecciosos no cérebro, e essas são as primeiras moléculas bacterianas que são consistentemente encontradas em todos os cérebros”.
Os resultados destacam a necessidade de investigar profundamente como agentes infecciosos impactam o Alzheimer. Descobrir LPS e K99 em amostras de cérebros com a doença é um ótimo começo, mas é preciso entender quais papéis as bactérias desempenham na patologia da doença.
“Agora vamos descobrir se esta é a causa ou a consequência da doença. Os componentes causam o Alzheimer ou quando as pessoas têm a doença mais moléculas bacterianas entram no cérebro?”, questionou Zhan.
Fonte : www.uol.com.br