COMO EVITAR UM PROBLEMA MUITAS VEZES CONSTRANGEDOR

Para reduzir os sintomas de IU, alguns estudos sugerem ser importante evitar os alimentos picantes, a exemplo do curry e da pimenta.

Ao contrário do que muitos pensam, a incontinência urinária (IU) pode ser tratada e não deve ser considerado um problema normal da idade.

Estimativas apontam que 35% das mulheres após a menopausa sofrem de IU ao fazer algum tipo de esforço, enquanto cerca de 40% das gestantes irão apresentar um ou mais episódios do problema durante a gestação ou logo após o parto.

Entre os homens, cerca de 5% dos submetidos à cirurgia para retirada da próstata também podem apresentar incontinência.

Ação involuntária

A incontinência urinária se caracteriza pela perda involuntária de urina (exceto para crianças), o que ocasiona problemas de convívio social. Trata-se de um consequência que pode ter diferentes causas. Podem ser genéticas, hormonais, envelhecimento, tabagismo, bexiga hiperativa, lesões medulares ou doenças do sistema nervoso.

Há três tipos de IU: a de esforço, quando há perda de urina ao tossir, rir, fazer exercício; a de urgência, que ocorre quando há súbita vontade de urinar e a pessoa não consegue chegar a tempo ao banheiro; e a mista, uma associação dos dois tipos.

Opções terapêuticas

“Mais da metade dos casos de incontinência urinária é de esforço”, afirma o chefe do Departamento de Urologia Feminina da SBU, Márcio Averbeck. Neste caso, o tratamento consiste em exercícios para o assoalho pélvico, medicamentos ou cirurgia.

Alguns tratamentos já são cobertos pelos planos de saúde desde 2014, como o esfíncter artificial (indicado para incontinência que ocorre após cirurgia de próstata) e a neuromodulação sacral (similar a um marcapasso), usado para estimular os nervos que fazem o controle da bexiga.

A neuromodulação sacral é mais uma opção no leque de tratamentos para quem tem a bexiga hiperativa. “Depois que tentamos diversos tratamentos e estes não dão certo é que optamos pela neuromodulação. Ela é bastante indicada para quem tem casos graves de bexiga hiperativa”, diz Averbeck.

Toxina

A bexiga hiperativa pode ser a causa da urgência para urinar e, em alguns casos, pode estar associada à contração involuntária da bexiga em momentos inapropriados, o que leva à perda da urina. Cerca de 18% dos brasileiros adultos sofrem de bexiga hiperativa.

A toxina botulínica é uma outra opção terapêutica importante no tratamento de pacientes de bexiga hiperativa refratários às modalidades conservadoras. A injeção localizada e seletiva produz bloqueio muscular específico, impedindo a contração involuntária da bexiga e a perda de urina.

Prevenção e exercícios

A prevenção à incontinência urinária se dá com administração de exercícios para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico.

O exercício é simples e consiste na contração do assoalho pélvico por cerca de 10 segundos e, na sequência, o relaxamento por outros 10 segundos. O movimento deve ser repetido 10 vezes por, pelo menos, três vezes ao dia. Estes músculos são importantes para o pleno controle da micção.

“A primeira opção de tratamento é a prática de exercícios com o acompanhamento de um médico ou fisioterapeuta. Objetivo a ser alcançado: a conscientização do músculo que precisa ser contraído. Em muitos casos, o exercício já resolve o problema, por isso é necessário consultar o urologista”, diz Márcio Averbeck.

Além dos exercícios, ter hábitos saudáveis auxiliam na prevenção, tais como: evitar o sedentarismo e a obesidade; controlar o ganho de peso nas gestações; praticar exercícios para fortalecer o assoalho pélvico; evitar a prisão de ventre; não fumar (para diminuir a tosse e a irritação da bexiga).

Alimentos gatilhos

É importante limitar a quantidade de álcool, uma vez que a bebida é diurética. Para os que são propensos a ter IU noturna o mais prudente é limitar a ingestão de fluídos à noite.

Assim como as bebidas alcoólicas, chá e café (mesmo descafeinado) são diuréticos e irritam a bexiga. Se for difícil cortar estes itens da dieta, o indicado é fazer a redução lenta e gradual para evitar dores de cabeça e outros sintomas comuns da abstinência.

O consumo de chocolate – e doces em geral, inclusive mel, xarope de milho e frutose – pode significar problemas para quem sofre de bexiga hiperativa.

No caso das bebidas ácidas (laranja, lima, limão e até mesmo o tomate), especialistas recomendam reduzir o consumo, uma vez que vários estudos indicam que os mesmos podem irritar a bexiga, e agravar ainda mais os sintomas. O músculo da bexiga tem todos os tipos de nervos que podem ser afetados por substâncias irritantes.

Fonte: DIARIO DO NORDESTE