CIENTISTAS TESTAM A ‘CAMISINHA DO FUTURO’, QUE PROMETE SER MAIS PRAZEROSA DO QUE O LÁTEX

Um grupo de cientistas australianos pretende reinventar a camisinha. Segundo os pesquisadores, usar a nova versão do preservativo pode ser mais confortável do que fazer sexo sem a proteção.

O time da Universidade de Wollongong, no estado de Nova Gales do Sul, aceitou o desafio da fundação comandada por Bill Gates e sua mulher, Melinda, de desenvolver a “camisinha do futuro”, como parte do programa “Grand Challenges in Global Health” – projeto que tenta solucionar os grandes desafios da saúde mundial. Os cientistas envolvidos na pesquisa têm feito experiências promissoras com o material hidrogel, que, segundo os especialistas, tem uma série de benefícios que o látex não possui.

Apesar de ter chegado às manchetes brasileiras após pôr em risco a vida de pacientes que tiveram a substância injetada sob a pele, o hidrogel é um material muito forte e flexível que vem sendo testado há décadas. Recentemente, ele tem sido manipulado em laboratório para ter uma gama de propriedades. O material, por exemplo, pode se comportar e se parecer muito com o tecido humano. Por isso, tem sido amplamente utilizado em próteses, para criar vasos sanguíneos e até implantes oculares.

O cientista Robert Gorkin, que lidera as pesquisas, acredita que o produto é ideal para os preservativos por sua capacidade de ser moldado para propriedades diferentes. A camisinha de hidrogel poderia se autolubrificar, conter uma pequena dose de Viagra, ser biodegradável e até mesmo conduzir eletricidade e responder a estímulos.

“Nossa ideia original era somente provar que um material original poderia substituir o látex” contou Gorkin ao site “ScienceAlert”. “Tínhamos o palpite de que esses novos materiais teriam as mesmas propriedades da borracha, só que com uma sensação mais agradável, mas não tínhamos certeza se eles tinham as propriedades certas para um preservativo”.

A equipe recebeu uma das 52 bolsas da Fundação Bill e Melinda Gates, que pediu aos cientistas para ajudar a encontrar uma solução para as pessoas que não gostam de usar preservativos. Para a instituição, apesar de os preservativos serem baratos, fáceis de fabricar, fáceis de distribuir e disponíveis globalmente, a noção de que eles diminuem o prazer faz com que muitas pessoas não usem a proteção.

A organização ofereceu uma verba inicial de US$ 100 mil para o projeto de uma nova camisinha mais confortável. Nove meses após o início das pesquisas, a equipe da Universidade de Wollongong acredita que suas descobertas são animadoras e que o hidrogel é a substância correta para substituir o tradicional látex.

O próximo passo será fazer testes biométricos para comprovar como o material se comporta na composição da camisinha.

“Poderemos observar a atividade do cérebro para ver se o produto realmente passa uma sensação melhor do que a do látex. Se você fizer com que a camisinha seja tão prazerosa que a pessoa mal possa esperar para colocá-la, então mais gente vai usá-la, e nós poderemos parar a transmissão de doenças”, apontou Gorkin, esperançoso.

 

Fonte: O GLOBO