Brasileiro é o segundo mais estressado do mundo, diz Roberto Kalil

Rotina agitada, pressão no trabalho, uma lista extensa de atividades para dar conta ao longo do dia, jornada que se estende com as tarefas de casa. Você provavelmente já se viu em uma dessas situações e, como resultado, se sentiu tenso e estressado.

Quem se identifica com algum desses exemplos não está sozinho. O Brasil ocupa o segundo lugar em nível de estresse, ficando atrás apenas do Japão, segundo pesquisa da Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMA-BR). Em palestra no 7º Fórum LIDE da Saúde e Bem-estar, o cardiologista Roberto Kalil Filho, diretor das áreas de cardiologia do Incor e do Sírio-Libanês, alertou para os riscos do estresse crônico para a saúde do coração, principalmente quando associado a fatores como hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia (colesterol anormalmente elevado ou gorduras no sangue), tabagismo, sedentarismo e obesidade.

 

Os números relacionados aos impactos impressionam. Em todo país, sete em cada 10 brasileiros sofrem com o estresse. Desse total, 30% ainda chegam a níveis mais altos e desenvolvem a chamada Síndrome de Burnout, compreendida por um estado de exaustão grave desencadeado pela atividade profissional e que acarreta em problemas físicos, necessidade de medicação e acompanhamento terapêutico.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse já é um problema que atinge o mundo todo, chegando a quase 90% da população total.

Apesar do estilo de vida atual colaborar com estados constantes de tensão, nosso organismo está preparado para lidar com esses quadros, seja no trânsito, em uma reunião importante ou com a bagunça dos filhos em casa, nas situações que despertem emoções fortes, desgaste, frustação ou raiva. A liberação de adrenalina e de cortisol no corpo, os conhecidos hormônios do estresse, ajuda a enfrentar essas situações.

Entretanto, quando o estresse passa a ser crônico, ou seja, recorrente e sem um propósito claro, é um motivo de alerta – e um perigoso gatilho para as doenças cardiovasculares, já que traz sobrecarga nos órgãos, eleva a pressão, aumenta a frequência cardíaca e pode facilitar a arritmia. “Com o avanço da incidência de mortalidade por doenças cardiovasculares, precisamos reforçar a importância das medidas de prevenção e conscientizar a população. São quase 20 milhões de morte por ano e até 80% delas poderiam ser evitadas. Controlar fatores de risco é fundamental”, destaca o especialista.

O diagnóstico deve ser realizado pelo médico e envolve sintomas habituais como dores abdominais ou de cabeça, dificuldades para comer ou digerir alimentos, enjoos, respiração agitada, insônia, frequência cardíaca irregular, sudorese excessiva, transtornos do sono e falta de concentração.

Para quem deseja desacelerar o ritmo em busca de mais qualidade de vida, favorecendo a prevenção de problemas cardíacos, confira a lista do médico com 10 hábitos positivos e saudáveis para reduzir o estresse:

1– Durma bem, valorize os momentos de descanso e tente estabelecer uma rotina com horários para dormir e levantar

2– Sempre que possível, evite pessoas ou ambientes estressantes

3– Beba menos cafeína

4– Mantenha uma alimentação saudável

5– Aprenda a dizer não

6– Pratique esportes

7– Tenha momentos e atividades que sejam fontes de prazer, como um hobby, durante a semana

8– Pratique meditação

9- Aposte na música para relaxar

10– Mantenha contato com a natureza

 

Fonte: Site Coração e Vida