As marcas deixadas pelo estresse

Queda de cabelo além do normal, manchas na pele, sudorese, dor de estômago, mal estar. Esses são apenas alguns sintomas de pessoas que convivem com o estresse, que representa um sinal do organismo de que algo não vai bem. Especialistas afirmam que muitas vezes o corpo adoece movido por um sofrimento de origem psicológica e que é comum algumas pessoas precisarem adoecer para se conhecer melhor e então buscar ajuda.

O endocrinologista e metabolista José Cervantes Loli, especialista em medicina psicossomática pela Sociedade Brasileira de Medicina Psicossomática de São Paulo, explica que o estresse é uma forma do corpo organizar cronicamente o sofrimento ao qual somos submetidos, seja de ordem emocional, social, profissional, entre outros. Segundo ele, o acúmulo de sensações de sofrimento contribui para o surgimento de doenças que podem ocorrer a longo prazo.

´´Os hormônios do estresse vão aumentando no organismo, como o glucagon, cortisol, GH, adrenalina, etc. Com isso há um aumento da glicemia e pode aparecer o diabetes, caso a pessoa tenha a genética para esta doença. E assim o corpo vai ´apitando´ o sinal vermelho e comprometendo o metabolismo, elevando a pressão arterial, peso e vários metabólitos; triglicérides, colesterol, aumentando o risco para famosas doenças cardiovasculares´´, diz.

Para a medicina psicossomática, estar doente não é tão ruim assim, pois os indícios de doenças fazem com que cada pessoa tenha a possibilidade de evitar a chegada de problemas mais graves. Ainda segundo Cervantes, quando alguém anda ´atormentado emocionalmente´ pode começar a apresentar doenças crônicas como gastrite nervosa, doenças da tireóide, artrites autoimunes, obesidade e até câncer.

´´O tempo todo ficamos expostos a estresse tanto físico quanto psíquico. Somos constantemente injuriados pelos excessos alimentares (principalmente doces, frituras, gorduras), sedentarismo, tabagismo e problemas relacionados a trabalho, família e dinheiro´´, aponta.
Equilíbrio

O clínico geral José Antônio Vieira de Paula, que também é homeopata e terapeuta floral, explica que quando uma pessoa passa a manifestar a lingaguem do estresse – que segundo ele tem uma gradução de zero a dez á-, é possível perceber nela vários sintomas, como cansaço, impaciência, vontade de chorar, dores de cabeça, entre outros. Dependendo do nível de estresse, o sistema neuroimunológico começa também a ser atingido.

´´Nosso cérebro trabalha na linguagem do sofrimento e da recompensa. Quando alguém faz algo contra sua vontade, o organismo começa a gerar os hormônios que vão desgastando seu corpo. A partir daí é como uma lesão por esforço repetitivo. Com a repetição de algo que você não gosta, mais hormônios. A pressão e a cobrança por parte de pessoas ou em situações de trabalho também contribuem para o desgaste.´´

Fonte: FOLHA DE LONDRINA – PR