ROMÃ: OS SABERES DA MEDICINA POPULAR

Refrescante, saborosa e, acima de tudo, benéfica à saúde, a romã (‘Punica Granatum L) possui propriedades anticancerígenas. Também combate as doenças cardíacas, enxaquecas e distúrbios gastrointestinais.

A infrutescência da romãzeira (romeira, romeira-da- granada, melograno e granado) também é rica em antioxidantes, que protegem o organismo de doenças crônicas degenerativas e do envelhecimento precoce.

A espécie contém compostos bioativos que podem produzir efeitos benéficos à saúde como flavonóides e polifenóis, dentre eles, antocianinas, catequinas, taninos, ácido gálico e ácido elágico, além de ser um alimento rico em vitaminas C, A e E”, explica a nutricionista clínica, funcional e estética Ana Patrícia Augusto Apoliano.

 

Múltiplos benefícios

Não é à toa que a medicina popular relata o uso de romã no tratamento de várias doenças. De acordo com Ana Patrícia, ela contém ácido elágico e gálico, que têm atividades antivirais, antibacterianas e anticancerígenas em células neoplásicas de mama, esôfago, pele cólon, próstata e pâncreas.

Esses ácidos reagem diretamente com o radical livre, formando um composto menos reativo e tóxico ao nosso organismo, evitando danos às células, comenta.

“Pesquisadores identificaram a ação anticancerígena no extrato da romã em função da capacidade de atuar na enzima aromatase, envolvida na progressão do câncer de mama e o suco fermentado da fruta protege as células de sofrer lesões”, explica a nutricionista que tem pós graduação em nutrição clínica funcional e em clínica e estética.

Importante ressaltar que apenas um alimento em si não tem a capacidade de prevenir doenças. “Para promover uma vida saudável é necessário manter uma dieta balanceada”. A nutricionista destaca o guia alimentar brasileiro, que em suas diretrizes recomenda o consumo diário de três porções de frutas e outras três de legumes e verduras. Também estimula a ingestão desses itens de forma variada nas refeições ao longo da semana.

 

Popular em todo o mundo

Em alguns países, a exemplo do Irã, o suco de romã é muito popular. Rico em taninos, essa bebida tem uma poderosa ação antioxidante, essencial para a promover o equilíbrio da quantidade de radicais livres (são responsáveis por alterações existentes nas membranas celulares).

Acredita-se que o grande número de substâncias ativas da romã se deve ao fato de ser uma planta nativa das regiões áridas (do Irã, Himalaia e o noroeste da Índia). Trata-se de um arbusto lenhoso, ramificado que tem sido cultivado há muitos anos em toda a região mediterrânea da Ásia, América, África e Europa.

Suco do bem

“O suco de romã tem ação antioxidante e tal propriedade tem papel determinante na proteção das células dos vasos sanguíneos contra a aterosclerose, por exemplo, por inibir a oxidação do colesterol LDL, além de melhorar a pressão sanguínea sistólica”, justifica a nutricionista.

A romã, entretanto, não tem seu uso limitado ao suco ou ao consumo da fruta in natura. Podem ser aproveitadas desde as folhas, a flor, a casca, até mesmo as sementes (veja a receita ao lado). A romã é utilizada na forma in natura em saladas de verduras e de frutas, em sobremesas, sucos e chás. Combinações saudáveis não faltam. Importante: cada parte deve ser usada conforme a orientação de um médico, dentista e nutricionista.

Ana Patrícia Augusto Apoliano explica como o aproveitamento da romãzeira é um forte aliado da saúde: “o suco da romã é um antioxidante e pode atenuar sintomas do quadro de úlceras na boca, na indigestão e na desinteria”.

 

Contraindicação

Benéfica por natureza, a romã só é contraindicada quando o paciente apresentava sintomas alérgicos. Neste caso, o uso deve ser suspenso e procurar a ajuda de um especialista. Atenção: o consumo de preparação fitoterápica (cápsula, óleo, extrato, gel ou pasta) precisa ser prescrita e orientada por um profissional de saúde.

A romã é cercada de simbolismos. Os textos bíblicos e os povos gregos a consideravam como a representação do amor e da fertilidade, enquanto para os judeus é um símbolo religioso, incluído no ritual de ano novo. Na mitologia iraniana, o fruto desejado da árvore sagrada é a romã e não a maça (como na católica).

Fonte: DIARIO DO NORDESTE