Parece, mas não é: 9 alimentos que têm cara de light só que engordam

Você decide se alimentar de maneira saudável, mas na hora de conferir o peso na balança, os exatos quilos do início do regime continuam lá, firmes e fortes. A culpa dessa inércia pode estar justamente no consumo de alguns itens considerados leves e que, muitas vezes, são encontrados nas gôndolas dos produtos lights. Mas não se deixe levar pelas aparências. Ler o rótulo antes de colocar o alimento no carrinho é fundamental. Nesta hora, fuja, principalmente, dos produtos com muito açúcar, aromatizantes e corantes. Abaixo, especialistas ouvidas pelo UOL falam sobre nove alimentos que têm cara de light, mas que, na verdade, sabotam a dieta.

 

Barrinha de cereais

Uma das rainhas do lanche da tarde, a barra de cereal, cujas calorias costumam variar entre 65 e 155, precisa ser escolhida com cuidado para não sabotar a alimentação saudável. Segundo a nutróloga Paula Vasconcelos, grande parte desses produtos disponíveis no mercado são cheios de açúcar e pobres em fibras. “Ler o rótulo é fundamental. Dê preferência às que tenham entre três e cinco gramas de fibras em sua composição e evite aquelas que começam a lista de ingredientes com açúcar ou xarope de glicose.”

 

Castanhas

As oleaginosas são ótimas opções para os lanches intermediários. Saudáveis, elas possuem as chamadas gorduras boas, além de serem fonte de ômega 9, que ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares e na redução do colesterol ruim, o LDL. No entanto, conforme alerta a nutricionista Karina Pimentel, de São Paulo, é preciso ficar atento à quantidade. Uma boa dica, de acordo com a especialista, é separá-las em saquinhos, por porções individuais. “Se você tem à disposição aquele pote cheio, vai comer sem parar. Por serem gordurosas, o ideal é elaborar porções, por exemplo, com uma a duas castanhas-do-pará [a unidade tem 26 calorias], de seis a sete amêndoas [cerca de sete calorias cada] e uma colher de sopa de nozes [picadas], que possui 34 calorias. Também é preciso evitar as versões que contêm sal, pois elas provocam retenção de líquidos.”

 

Comida japonesa

Por ser mais barato, muitos restaurantes japoneses oferecem a seus clientes o salmão de cativeiro, que levam corantes e outros aditivos químicos, enquanto o ideal, mais saudável e natural, é o consumo do salmão selvagem. Além disso, esse tipo de culinária tem mais um vilão: o shoyu, que, por possuir doses cavalares de sódio, colabora para a retenção de líquidos e engorda. Karina observa que a versão light do molho de soja tem menos sal. Para diminuir ainda mais essa quantidade, ela indica diluí-lo em um pouco de água. Outros problemas da culinária japonesa são as frituras. Então, o conselho para que a ida ao japonês seja leve é consumir sashimis e teppans com legumes. Mesmo assim, não exagere no rodízio.

 

Granola

“A maioria das granolas passam por um processo industrial. Elas possuem muito açúcar e costuma conter farinha branca entre seus ingredientes. Para utilizá-la no cardápio, o ideal seria combinar com uma fonte de proteína, como o iogurte, para equilibrar a quantidade de nutrientes”, indica Paula. Karina completa dizendo que as opções caseiras são melhores. Mesmo assim, ela pontua que se deve consumir, por dia, apenas uma colher de sopa. “Alterne o consumo da granola com a aveia, a quinoa e o amaranto.”

 

Gelatina

Esta aparentemente inocente sobremesa é, na verdade, um perigo à dieta e à saúde. “A gelatina é nutricionalmente muito pobre”, adverte a nutróloga Paula. Karina comenta que sua composição é totalmente artificial, cheia de corantes, estabilizantes e adoçantes, itens que sobrecarregam a função hepática. “Apesar de ter colágeno, que faz bem para o fortalecimento da pele, por exemplo, sua quantidade é mínima, não justificando o consumo.”

 

Peito de peru

Apesar de ser uma opção magra –para se ter ideia, uma fatia deste frio tem cerca de 15 calorias–, ele possui muito sódio, o que é um baita malefício. “Os embutidos, em geral, são feitos de pele e de pedaços de carnes não tão nobres. Então o seu consumo deve ser esporádico: no máximo quatro fatias, de uma a duas vezes na semana”, diz Paula. Karina prefere indicar substituições. “Em vez do peito de peru, recheie seu sanduíche com atum ou frango desfiado.”

 

Pão integral

Este é outro exemplo de alimento que só é saudável de verdade se escolhido corretamente, a partir da análise de seu rótulo. Ou seja, para saber se um pão é, de fato, integral, basta observar se em sua composição há mais de 50% de farinha de trigo integral e se esse ingrediente aparece em primeiro lugar da lista.

 

Mel

Natural e de aparência saudável, o mel possui bastante açúcar, assim como um número elevado de calorias –cerca de 290 a cada 100g. “Ele ainda estimula o processo de acúmulo de gordura no corpo. Claro que possui mais vantagens em relação ao açúcar refinado, mas não deve ser consumido em exagero. Uma colher de sopa para adoçar um copo de suco ou de iogurte é uma boa quantidade”, ensina Paula.

 

Suco de laranja

“Para fazer um copo [de 300 ml, o que equivale a 142 calorias] de suco de laranja, coloca-se de quatro a cinco unidades da fruta, exatamente o número de porções recomendado para consumirmos diariamente”, diz a nutricionista Karina Pimentel. Para ela, é, então, mais aconselhável que se coma a fruta. “As pessoas acham que o suco é saudável, mas ele tem muita caloria e muito açúcar. Com o processo para torná-lo líquido, perdem-se as fibras e o que fica é só a frutose [açúcar natural da fruta]. O de laranja e o de melancia são os piores nesse aspecto”, completa Paula. Os menos calóricos, segundo elas, são o de limão, de acerola, de maracujá e de abacaxi. Mesmo assim, a dica é não adoçá-los.

 

Fonte: Ana Elisa Faria, para o UOL