Os riscos da automedicação na terceira idade

As facilidades para adquirir medicamentos e a ausência do medo no brasileiro em se automedicar, tornaram o consumo de remédios por conta própria um perigo para a saúde. O caso é ainda mais preocupante quando falamos da terceira idade e do grupo de risco, que envolve crianças, gestantes e doentes crônicos. Essas pessoas, necessitam de um controle especial e de uma orientação médica ou farmacêutica precisa.

A automedicação e a alta dosagem podem acarretar em males irreversíveis, bem como a intoxicação por meio de medicação. A falta da obrigatoriedade da apresentação de receitas médicas fez com que o uso de medicamentos sem prescrição médica se tornaram um agravante, em especial entre o público idoso. Os medicamentos mais consumidos sem receita são: antigripais, relaxantes, vitaminas e laxantes, que se combinados com outros medicamentos de uso contínuo pode trazer consequências negativas a saúde.

De acordo com o presidente Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul, Ronaldo Abrão, a automedicação é extremamente perigosa principalmente em grupos de risco. ” Usar medicação por indicação do vizinho, parente e até mesmo do balconista de farmácia é extremamente perigoso. Ainda mais para o idoso que já faz uso contínuo de alguma medicação e se misturar a outro elemento pode acarretar na intoxicação”, orienta.

Outro agravante para a terceira idade está relacionado a alta dosagem de medicamentos. “Cotidianamente o idoso pode se esquecer de tomar a medicação ou ainda pior, esquecer que já tomou e assim fazer uma super dosagem do medicamento. É preciso guardar esses remédios em local apropriado, seguindo os horários e as quantidades estabelecidas pelo médico e sob a supervisão de um responsável. Para garantir que as doses sejam administradas corretamente e também averiguar a data de validade dos remédios”, alerta, Ronaldo Abrão.

Ainda segundo o presidente do CRF/MS, a conscientização constante é o melhor caminho para a prevenção. “Acredito que campanhas de conscientização e a ajuda da imprensa são fundamentais para conscientizar a população sobre os perigos da automedicação. É preciso bater nessa tecla sempre, porque o brasileiro não tem medo de se automedicar, estamos entre os países com maior índice de intoxicação por uso de medicamentos no mundo”, ressalta.

Conquista

Com as resoluções 585 e 586 do CFF (Conselho Federal de Farmácia), o farmacêutico poderá ajudar a população, principalmente idosos e pessoas do grupo de risco. Este profissional passará a ter uma nova forma de atuação, podendo prescrever medicamentos e orientar sobre dosagens e horários.

“Agora com o farmacêutico podendo prescrever medicamentos, esse novo modelo vai agregar e ajudar muito ao combate da automedicação. O farmacêutico tem conhecimento para explicar sobre o uso de um medicamento aliado a outro, indicações e contra-indicações, fazendo assim um primeiro atendimento e sendo necessário o encaminhamento para um médico”, finaliza Ronaldo.

Fonte: Site A Crítica de Campo Grande