Estudo de Oxford contesta dados da Itália sobre mortes por coronavírus

De acordo com estudo publicado pela Universidade de Oxford, as mortes diretamente ocasionadas pelo Covid-19, na Itália, podem representar apenas 12%. A porcentagem se refere aos casos em que ficou comprovada a causalidade do vírus chinês, causador da doença. Isso significa que 88% das mais de 6 mil mortes nas últimas semanas são explicadas pela junção de fatores característicos da Itália e a presença ocasional do coronavírus.

O estudo é do Centro de Medicina Baseada em Evidências da Universidade de Oxford.

A dificuldade de se medir a letalidade do vírus na Itália, segundo o estudo, é a metodologia usada por aquele país, que computa as mortes por Covid-19 como todas as que tenham sido testadas positivo para o vírus, abarcando um enorme número de assintomáticos ou casos que seriam leves se não fosse a presença de comorbidades.

Já no dia 20 de março, um artigo de Sarah Newy buscava responder à pergunta: o covid-19 é a causa de todas as mortes na Itália?

Newy relata que a taxa de mortalidade na Itália pode ser maior principalmente devido à forma como as mortes são registradas. Se todos os que morrem em hospitais com coronavírus são incluídos nos números de óbitos, como indicou o professor Walter Ricciardi, consultor científico do ministro da Saúde da Itália, isso oculta as verdadeiras causas de tantas mortes que estão sendo usadas para medidas radicais e alarmistas pelo mundo.

“Na reavaliação do Instituto Nacional de Saúde, apenas 12% dos atestados de óbito mostraram uma causalidade direta do coronavírus, enquanto 88% dos pacientes que morreram têm pelo menos uma pré-morbidade – muitos tiveram dois ou três”, disse o dr. Ricciardi.

Registrar o número de pessoas que morrem com a presença do vírus chinês aumentará naturalmente a taxa de morte em oposição àquelas que morreram por causa do Coronavírus.

Em 17 de março de 2020, o Relatório do Instituto Nacional de Saúde da Itália analisou 355 mortes e encontrou apenas três pacientes (0,8%) sem condições médicas anteriores. De acordo com o relatório, 99% que morreram tinham uma condição de saúde pré-existente:

  • 49% tinham três ou mais problemas de saúde
  • 26% tinham duas outras ‘patologias’,
  • 25% tinham uma.

Os problemas mais comuns nos 355 que morreram foram:

  •  76% de pressão alta.
  •  36% de diabetes,
  •  33% de cardiopatia isquêmica.

Em outro relatório, do dia 17/03, do Ministério da Saúde da Itália avaliou 355 óbitos e viu que 3 deles (0,8%) não tinham comorbidade pré-existente e os outros 99% tinham uma ou mais doenças. Desses 355 óbitos, 49% tinha duas ou mais comorbidades; 26% tinha duas patologias pré-existentes e 25% tinha uma comorbidade pré-existente.

A Itália também tem os maiores índices de resistência a antibióticos na Europa, o que obviamente afeta o tratamento gerando maior número de pneumonias em pacientes de covid-19 e, por fim, óbitos. Outro fator também ponderado é o percentual de fumantes: 24% é fumante; na população masculina, 28%. Na Inglaterra, por exemplo, 15% é fumante.

Os estudiosos compilaram uma tabela com dados até 25/03, que mostra no topo o caso de Bangladesh com 12% de mortalidade por covid-19, seguido de San Marino (11%) e Itália (9,86%). A Espanha fica na sétima posição, com 7%.

O Brasil está entre as mais baixas mortalidades registradas, com 2%. Mais abaixo, EUA com 1,4% e Polônia, com 1,3%. Entre as menores mortalidades estão a Alemanha (0,5%), Noruega (0,4%), Austrália (0,37%) e Israel com 0,23%.

Fonte: Cristian Derosa, para o ‘Estudos Nacionais’. Publicado em 25.03.2020