É quase inevitável o momento em que a “ficha cai” e o espelho revela a passagem dos anos, contada por meio da perda do viço da pele, do sumiço do rosado das bochechas e da chegada inconveniente das marcas de expressão. Esses são alguns dos resultados mais óbvios do envelhecimento, por serem externos, mas, internamente, o organismo passa pelo mesmo processo. Ao envelhecermos, há um progressivo declínio das capacidades física e mental, com maior probabilidade ao acometimento de doenças crônicas e degenerativas. Porém, é possível amenizar esse percurso por meio de um estilo de vida saudável, associado à reposição de nutrientes e hormônios que estejam em falta e à detoxificação, ou seja, a eliminação das toxinas e dos metais pesados presentes no nosso organismo. Essa é a proposta do antiaging, prática médica que surgiu há quase duas décadas nos Estados Unidos e tem crescido no Brasil.
A prática antiaging (antienvelhecimento em inglês) se baseia, principalmente, nos estudos sobre os hormônios bioidênticos, que têm a mesma estrutura química e molecular encontrada nos hormônios produzidos pelo nosso organismo – como progesterona, testosterona e melatonina –, mas são fabricados em laboratórios e manipulados em farmácias habilitadas. A promessa é de que, diferentemente dos hormônios sintéticos quimicamente modificados, eles não causam efeitos colaterais. Além dos bioidênticos, o antiaging, aliado à prática ortomolecular, envolve estudos sobre micronutrientes, nutrição e procedimentos regenerativos.
O médico fisiatra e ortopedista Carlos Henrique Mandelik, pós-graduado em ortomolecular e com prática em antiaging, explica que, depois dos 20 anos, quando os níveis hormonais são máximos, a cada 10 anos perdemos 15% de nossos hormônios. Quando chegamos aos 60, já perdemos mais de 60% deles. “Quando se perdem hormônios, perde-se também vitalidade, energia, beleza da pele, enfim, saúde. Por outro lado, existem pessoas de 70 anos com vigor físico, pele, postura e visão de pessoas jovens, porque os hormônios estão em um nível satisfatório.” Para Mandelik, o importante não é quanto, e sim com que qualidade vamos viver por meio da longevidade que alcançamos nas últimas décadas. “Não é aceitável envelhecermos sem tentarmos preservar ao máximo as funções de todos os nossos sistemas orgânicos.”
O antiaging é indicado para quem tem duas ou mais queixas que podem incluir desânimo, fadiga, insônia, perda de libido e dificuldade para emagrecer, entre várias outras que se devem à queda hormonal. “As mulheres, por exemplo, sofrem com o climatério (período que antecede a menopausa, a última menstruação) e seus efeitos desagradáveis, como quilos a mais, sensação de desconforto, calor intenso, perda de desejo sexual e depressão.” Entre os benefícios que os hormônios podem desempenhar estão o controle da glicemia, do colesterol e da pressão arterial; a regulação da taxa de metabolismo e gasto calórico; o combate à gordura visceral abdominal; a manutenção dos níveis ótimos de neurotransmissores e a prevenção de doenças degenerativas cerebrais como Alzheimer e Parkinson.
HÁBITOS Para identificar as carências do organismo e quais medidas devem ser tomadas, em uma primeira consulta são abordadas as queixas do paciente em todos os seus sistemas orgânicos, suas expectativas em relação ao tratamento e quais são a dieta e os hábitos de vida. Depois, é feita a avaliação funcional, um exame de urina e paladar que detecta alterações como o aumento do estresse oxidativo, se há deficiência de determinado antioxidante ou mineral e a presença ou não de alteração da flora bacteriana do intestino, entre outros.
Além disso, um exame de sangue bem abrangente será solicitado, como auxílio diagnóstico importante. “Nele, avaliamos se há inflamação crônica dos tecidos e síndrome metabólica, além de checarmos parâmetros relativos à função dos sistemas renal, hepático, cardiovascular e endócrino e a dosagem de todos os hormônios.” Com base nessa avaliação criteriosa, é possível chegar ao diagnóstico funcional, já que o clínico é, muitas vezes, relativo ao histórico do paciente, como hipertensão e diabetes. A partir daí, depois de discutir com o paciente, o médico vai sugerir um plano de conduta, seja por meio do uso de nutrientes terapêuticos orais ou injetáveis, pela modulação com hormônios bioidênticos ou pela indicação de procedimentos médicos sofisticados.
Causas do envelhecimento
As principais causas estudadas do envelhecimento são a diminuição dos níveis hormonais ao longo da vida; o acúmulo de radicais livres no organismo, que leva aos danos celulares; o excesso de carboidratos na dieta, o que favorece a perda da ação das proteínas; e o encurtamento de uma porção de nosso código genético (telomerase), que define até quando uma célula pode se multiplicar em outras sadias.
BENEFÍCIOS DO ANTIAGING E DA PRÁTICA ORTOMOLECULAR
» Desacelerar, minimizar os danos decorrentes do envelhecimento
» Restaurar os níveis de energia e vitalidade e combater a fadiga crônica
» Reduzir a gordura corporal
» Aumentar a massa muscular
» Elevar a performance física
» Acelerar o metabolismo
» Combater a síndrome metabólica
» Estimular a detoxificação (eliminação das toxinas e metais pesados)
» Melhorar a qualidade da pele
» Otimizar a performance sexual
» Melhorar os parâmetros cardiovasculares
» Melhorar a função cognitiva e a memória
» Dar suporte ao tratamento das doenças degenerativas cerebrais,como Parkinson e Alzheimer
» Combater os distúrbios afetivos, como ansiedade, depressão e transtorno bipolar
» Melhorar a qualidade do sono
» Diminuir os processos dolorosos
Fonte: Carlos Henrique Mandelik, da Clínica Revitalle www.revitallebrasil.com.br
Fonte: ESTADO DE MINAS – MG