Entenda o que pode estar causando o efeito sanfona e como evitar

O ‘efeito sanfona’, também conhecido como efeito ioiô, acontece quando o peso perdido depois de uma dieta de emagrecimento volta rapidamente, fazendo a pessoa engordar.

O peso, a alimentação e o metabolismo são regulados por diversos hormônios que atuam no tecido adiposo, no cérebro e em outros órgãos. Acredita-se que a recuperação do peso não está somente associada à mudança nos hábitos alimentares ou ao tipo de dieta, mas também a mudanças metabólicas e fisiológicas do organismo, que tentaria compensar o período de “fome” pelo qual o corpo passou. O organismo pode interpretar a perda de peso como uma “ameaça” e tentar voltar ao que por muito tempo foi o seu padrão normal.

 

Como evitar o efeito sanfona
Para evitar o efeito sanfona, a dieta deve ser sempre acompanhada por um médico ou nutricionista. Além disso, é importante:

  • Evitar dietas muito restritas ou desequilibradas, sendo importante realizar uma alimentação variada e equilibrada;
  • Realizar uma reeducação alimentar, fazendo mudanças que possam ser adotadas por toda a vida;
  • A perda de peso deve ser progressiva;
  • Comer a cada três horas em pequenas proporções;
  • Comer devagar e mastigar bem os alimentos, de maneira que o sinal de saciedade chegue ao cérebro.

Além disso, é essencial praticar atividades físicas pelo menos três vezes por semana por cerca de uma hora.

 

Em quanto tempo normalmente se recupera o peso?
Alguns estudos demonstram que aproximadamente 30 a 35% da perda de peso se recupera um ano após o tratamento e 50% das pessoas retornam ao seu peso inicial no quinto ano após o fim do regime.

 

O que pode causar o efeito sanfona

1. Tipo e composição da dieta
Acredita-se que a realização de dietas muito restritivas, monótonas e desequilibradas poder favorecer o efeito rebote a longo prazo.

No caso de dietas muito restritivas é possível que, ao reiniciar a alimentação normal, seja gerada uma resposta dos tecidos aos nutrientes, e o organismo recupere o que havia perdido, como se fosse uma resposta à “fome” que a pessoa passou durante o regime de emagrecimento. O período pós dieta se caracterizaria pelo aumento da produção e armazenamento de gordura e pelo aumento de apetite.

 

2. Tecido adiposo
As células do tecido adiposo esvaziam quando a pessoa perde peso, no entanto o seu tamanho e a quantidade se mantém durante um prolongado período de tempo. Outra teoria para justificar o efeito sanfona seria que o número de células adiposas ativariam mecanismos de compensação do corpo para preenchê-las gradualmente até atingirem o volume normal.

3. Alteração nos hormônios da saciedade
Existem vários hormônios que estão relacionados com o processo de saciedade. Em pessoas que tiveram perda de peso severa, se encontram menores níveis de leptina, peptídeo YY, colecistocinina e insulina, havendo um aumento nos níveis de grelina e polipeptídeo pancreático.

Acredita-se que todos as alterações hormonais permitem recuperar o peso, como exceção do aumento do peptídeo pancreático. A principal consequência dessas mudanças é o aumento do apetite, favorecendo a ingestão de alimentos e, consequentemente, o ganho de peso.

Para entender melhor como isso ocorre, é importante deixar claro que a grelina é um hormônio responsável pela estimulação do apetite no cérebro, de modo que seus níveis encontram-se elevados em período de jejum. Por outro lado, a leptina é responsável por reduzir o apetite, e foi verificado que pessoas que tenham perdido 5% do seu peso apresentam níveis diminuídos desse hormônio. Essa situação ativa mecanismos de compensação e faz com que o gasto de energia diminua e haja recuperação de peso.

4. Mudança no apetite
Algumas pessoas relatam aumento do apetite depois da perda de peso, que poderia estar associado a todas as alterações fisiológicas que ocorreram no corpo durante o processo de emagrecimento. No entanto, acredita-se que isso também se deva ao fato das pessoas acreditarem que merecem uma recompensa, que é dada como comida.

 

Fonte: Revista Metrópoles. Publicado em 19.09.2019